No cântico de Moisés, pronunciado diante de toda a congregação de Israel, ele traz à memória do povo os cuidados de Deus como um Pai, comparando-O a uma águia. O verbo traduzido por ”pairar” é o mesmo que encontramos no livro de Gênesis, capítulo 1, versículo 2, quando é descrito que “o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Este verbo, na língua hebraica está intimamente associado às águias, no seu ato de planar.
No texto de Deuteronômio 32.11, este verbo está relacionado a despertar (agitar, acordar, incitar), o qual descreve como a águia ensina seus filhotes a voar, especificamente como a águia provoca os filhotes ao voo. A águia dirige os filhotes para fora do ninho por intimidação, ela bate vigorosamente as asas sobre os filhotes, incitando-os a saírem do ninho.
A poesia do texto ilustra de modo vívido o trabalhar de Deus com Seu povo, lançando-o da aparente segurança para a ferocidade do deserto; mas permanecendo ao lado dele em todo o tempo, ministrando força durante as experiências amedrontadoras e gradualmente ensinando-o a “voar”.
Isto implica que Israel, quando sai do Egito, é imaturo como uma criança e ainda precisa aprender a ficar de pé e caminhar. Deus como um Pai os leva ao deserto, permitindo em suas vidas um momento de sequidão e dificuldade. Porém, comparado a uma águia, que “estende suas asas para apanhá-los”, Ele sempre está perto deles, não os deixa cair nem os desampara à própria sorte. Ele os leva sozinho, e não havia com eles deus estranho, ou seja, o cuidado do nosso Deus e Pai é suficiente para nós como Seus filhos.
A didática de Deus como Criador é perfeita, para ensinar seus filhos Ele age tirando as penas que forram seus ninhos, para que não permaneçam mais acomodados em seu conforto. É necessário amadurecer e voar! Mas Ele continua cuidando de nós, estando sempre pronto para novamente nos levar em Suas asas, se for preciso.
Que, como filhos, aprendamos com o amor de Deus e que confiemos nos seus cuidados de Pai, a quem clamamos Aba Pai.
Que, como pais terrenos, a quem Deus confiou filhos naturais ou espirituais, saibamos reconhecer o momento de incitá-los ao seu próprio voo, para que o propósito de Deus também se cumpra na vida deles.
Pr. Lúcio Mauro Silva Lima – Pastor das igrejas da MCE em Manaus e Presbítero da MCE Nacional
