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Artigo Onde está, ó morte, a tua vitória? 27 de Março de 2018
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É cada vez mais importante entendermos o SIGNIFICADO DA CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

Isaías 25:8 – “Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o SENHOR Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo, porque o SENHOR falou.”

Oséias 13:14 – “Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição? Meus olhos não vêem em mim arrependimento algum.”

1 Coríntios 15:55 – “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”

Qual a real importância da ressurreição de Cristo para a sua vida?

Para entender a importância da Páscoa, devemos entender antes a importância da ressurreição de Cristo. Ano após ano, os valores reais da Páscoa dão lugar apenas ao festejo em si. O povo de Deus tem-se moldado a um povo efêmero, fugaz, que não se importa muito com os significados e que relativiza todas as coisas debaixo do céu.

O objetivo da Páscoa é celebrar a vitória de Cristo sobre a morte, assim como o povo de Moisés se alegrou na saída do Egito, mesmo sabendo que a morte rondou os lares egípcios. Nós, hoje em dia, celebramos o triunfo de Cristo sobre a morte, que é a consequência do pecado das nossas vidas.

Essa ressurreição, a de Cristo, não pode ser comparada, com qualquer outro ato vivenciado pelo melhor homem ou mulher que já existiram, pois o significado dessa ressurreição é a vitória de uma vez por todas sobre a morte, sobre o pecado. Cristo nos garante essa vitória!

Vejamos:

Cristo ressuscitou Lázaro!

Por que isso aconteceu?

João 12:24 – “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.”

A ressurreição de Lázaro é uma ilustração dessa vida: ele foi ressuscitado dos mortos apenas para morrer de novo.

Coríntios 15:36-39 – “Insensato! O que semeias não nasce, se primeiro não morrer; e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Deus lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes.”

Muitos esperam na carne viver todo o bem de Deus, e esquecem que, como fomos semeados em corrupção, nosso corpo jamais poderá por si alcançar a incorrupção. Dessa forma, Lázaro recebeu o amor e o favor de Deus, quando ele ressuscitou. Entretanto, voltaria a morrer. Ele voltou dos mortos para tornar aos mortos. Este é um ciclo vicioso: uma vez gerados em corrupção, continuamos debaixo do poder da morte física.

A ressurreição de Cristo interrompe este ciclo, nos garantindo a vitória sobre esta morte, que não se cansa de alimentar-se. Todavia, faz-se necessário estar debaixo dos efeitos desta ressurreição, que apenas a encontramos em Cristo Jesus.

O que a ressurreição de Lázaro tem a ver com a morte de Cristo?

NADA!

Por intermédio da ressurreição de Cristo, temos acesso a uma vida indestrutível, pois Jesus quebrou a corrente da corrupção e trouxe à luz a uma nova vida. Ele morreu, ressuscitou dos mortos e nunca mais morrerá.

Aqui entendemos João 12:24. A morte de Cristo era necessária para combater de uma vez por todas a corrupção que há na carne e no sangue.

O motivo fundamental disso é o fato dos nossos corpos estarem escravizados à corrupção. Lázaro poderia ser ressuscitado 15 vezes e por mais 15 vezes morreria.

Já Cristo, em sua morte pode alcançar milhões e milhões de corações.

A SEMENTE RESSURRETA

1 Corintios 15:42-45 – “Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.”

A semente tem de morrer! A questão é fundamental para compreensão do que vem depois. A morte de Cristo, se comparada a mais uma morte, perde todo o significado para nós. Entretanto, a morte gloriosa de Cristo nos traz algo inédito, novo, jamais vivido pela humanidade. E daí a nossa maior confusão! Achamos que merecemos a eternidade pelo que vivemos aqui, e como Lázaro era amigo de Deus, deveria ressuscitar, ressuscitar, ressuscitar…. o Reino dos Céus está cheio de Cristo e não dos amigos de Cristo. Chega um momento em que a própria vida torna-se chata e é descartada de nossos planos, pois está condenada pela morte, cutucada pelo pecado. Ficamos sempre na mesma, nada muda e tudo piora.

Por isso, a semente (Jesus Cristo) morreu, e quando ressuscitou, trouxe a cada um de nós um corpo glorificado, novo, inédito. Através deste novo corpo, desta nova semente, temos a frutificação, a sequência da vida, a vida eterna. Uma vida que não se alimenta dos anseios deste mundo, que não se preocupa com os cuidados naturais da humanidade. Esta é a vida de CRISTO. Ele se alimenta unicamente da comunhão com Deus, o Pai. Muitos não querem morrer (entende-se morrer como uma metáfora, onde em um determinado momento deixamos de fazer as coisas naturais da vida humana, para viver pela fé aquilo que Cristo nos traz, abandonando as o pecado e o amor a esse mundo). Pensam que o melhor é viver o agora, gozar da vida como excelência de Deus.

Após a ressurreição de Cristo, a humanidade passou a ter à sua disposição uma vida vivificada, onde a presença de Deus é constante e abundante; mas somente usufrui essa vida de Cristo aqueles que entregam seus pecados e anseios naturais ao Cristo ressurreto.

O RELIGIOSO E A SUA PRESUNÇÃO DE JUSTIÇA E BONDADE

Se avançarmos um pouco sobre a questão da vida que vivemos, podemos aproveitar a Páscoa para analisar também a vida religiosa do crente.

Enquanto a ressurreição traz esperança para todos os homens e mulheres, ela também confronta o religioso e sua presunção de santidade.

O primeiro corpo (o nosso – humano) possui todas as limitações de nossa vida terrena. O segundo (aquele que Cristo nos apresenta) tem toda a capacidade do Espírito de Deus. A partir dessa perspectiva, torna-se óbvio que o primeiro corpo (carne e sangue) não pode herdar o Reino de Deus porque se corrompe, e a corrupção não pode participar do que é eternamente incorruptível.

Podemos afirmar que a LEI É SANTA, JUSTA E BOA, entretanto, ela condena a todos os homens por meio de suas abrangências.

Entendam que a Lei explica de forma clara a realidade e a definição do que é o pecado, e ainda o evidencia ao defini-lo como transgressão dos mandamentos de Deus. Por mais que muitos se coloquem acima deste mundo, e o fazem por pura presunção, todos estão contemplados pelos tentáculos da LEI. A inclinação e a natureza do homem e da mulher são para a rebelião e para a desobediência.

Aqui entendemos porque muitos religiosos estão escondendo-se na justiça própria e na religião. O medo e a necessidade de preservar-se têm levado muitos a acreditarem em si próprios. Mas estes se esquecem de que nossas vidas serão avaliadas como um todo, e não por um momento apenas.

É necessário ainda compreendermos que uma vez revestidos de Cristo, teremos que trabalhar como ELE trabalhou, pois isto nos torna semelhantes a ELE. Trabalharemos até a fadiga, perseverantes, tomados de uma esperança fervorosa que somente existe na ressurreição de Cristo. Muitos esperam na carne e no sangue aquilo que somente na vida vivificante de Cristo podemos encontrar.

Os religiosos possuem um falso triunfalismo, em oposição à vitória autêntica em Cristo. Eles acreditam que alcançaram a vitória sobre a morte por serem bons e santos, mas a questão do tempo de uma vida, e todas as circunstâncias que a completam, provoca um confrontamento com a imagem criada pela religião e a realidade da pessoa natural. Isso gera uma desilusão posterior, e até mesmo o afastamento da comunidade cristã. Ou acaba por desenvolver um cinismo em relação a qualquer experiência autêntica do Cristo ressurreto.

A TROMBETA FINAL

1 Coríntios 15:55 a 58 – “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”

Penso sobre qual será o sinal final do momento em que Cristo exterminará o pecado de uma vez por todas. Imagino ser o som de uma trombeta, pois o som da trombeta indicava, no judaísmo, a celebração e o triunfo.

A trombeta ainda não tocou!

Essa será a vitória plena e final sobre a morte, o último inimigo. Cristo tragará a morte para sempre e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos.

Quando a trombeta tocar, os que perseveraram, que trabalharam, mas que principalmente permitiram serem envolvidos e transformados por Cristo, sentirão a vida vivificada do próprio Cristo e ainda usufruirão da companhia de Deus, o Pai. Viveremos longe da morte e do pecado de uma vez por todas.

Assim, a Páscoa, como pudemos ver ao longo de todo este mês, é o momento mais importante do calendário Cristão, pois leva homens e mulheres, cristãos e não cristãos a refletirem sobre a vida eterna trazida a nós por meio de Jesus Cristo. Também nos leva a entender que a celebração deve andar lado a lado com o quebrantamento, com a adoração e com a confissão dos pecados.

Feliz Páscoa!

Pr. Edivaldo Mello Júnior – MCE São Paulo / MCE Jandira

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