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Artigo A Páscoa e a nossa Viva Esperança 06 de Março de 2018
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A Páscoa fala da vitória que nós recebemos por meio do sacrifício de Jesus

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos…” 1 Pedro 1:3

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.” 1 Pe 1:23

A Páscoa é a principal data comemorativa para o cristão. Enquanto o Natal fala do nascimento do Senhor Jesus, a Páscoa fala da vitória que nós recebemos através do Seu sacrifício, e esta vitória é a vida eterna. Na Páscoa comemoramos a redenção, que é a obra fundamental de Cristo. Jesus, quando se tornou homem, veio para nos salvar, dando-nos vida, por isso esta é a principal data para os salvos.

A palavra Páscoa vem do hebraico Pesach, “pular”. Na décima praga do Egito havia um anjo da morte, que passava pelas casas para executar o juízo de Deus. Porém, nos umbrais em que havia o sangue do cordeiro pascal, ele “pulava”. Desta forma o povo judeu era poupado da morte, enquanto os egípcios perdiam os seus primogênitos, tanto de homens quanto de animais.

Assim também em nossas vidas, que estamos sob sangue de Cristo, a morte não tem poder. Ela nos “pula”, ou seja, o juízo de Deus não nos alcança mais. Em Romanos 8.1 lemos que  “…nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus…”. Na Páscoa passamos da morte para a vida, por isso a sua importância para nós, seus filhos. O homem pecou e o pecado necessita de juízo, mas este juízo não nos alcança por causa do sangue do Cordeiro.

Ora, se a Páscoa é tudo isso, o que ela traz a nós?

A resposta é: ESPERANÇA. Mas esperança de quê?

A Páscoa nos traz esperança de vida eterna; esperança de que a morte não mais nos alcançará; esperança de que não haverá juízo para o povo de Deus, pois o nosso juízo caiu em Cristo; esperança de que estaremos nos céus com o nosso Senhor e com outros santos!

A palavra Esperança na nossa língua tem uma conotação diferente da que encontramos no contexto neotestamentário. Esperança, para nós, é expectativa de que algo no futuro possa ou não ocorrer, ou seja, é uma expectativa, mas não uma certeza. Todavia, a Esperança no grego do Novo Testamento (elpis) exprime uma convicção ou certeza de que algo ocorrerá no futuro. Por causa de Cristo Jesus, que é a nossa Páscoa, não temos esta esperança como possibilidade, mas como completa CERTEZA.

Ainda, segundo o texto que lemos, o apóstolo Pedro diz que Deus nos regenerou para uma VIVA esperança. Mas o que significa o fato de a nossa esperança ser viva?

Podemos citar o que o apóstolo Tiago ensina em sua epístola, no cap. 2 verso 17: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”. Ou seja, existe uma fé viva e uma fé morta. A fé viva é uma fé operosa, o que significa que enquanto aguardamos nossa vida eterna nos céus, estamos sendo transformados. Deus está operando em nós santificação e purificação, pois esta fé é poderosa para nos mudar. O sentido de VIVA ESPERANÇA é que Deus produz transformação em nós, que somos pedras vivas. A nossa viva esperança é transformadora e purificadora. Muitos talvez possam dizer que tem certeza de que vão para o céu, mas quem tem esta esperança evidencia uma mudança em sua vida, do contrário, sua fé será morta.

Mesmo assim, podemos nos perguntar: Jesus morreu há mais de dois mil anos, como este sacrifício poderá operar transformação em minha vida?

A resposta está no verso 23: “Sendo de novo regenerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus, viva e que permanece para sempre”. Isto quer dizer que a Palavra de Deus não muda e é para todos os tempos. A primeira via da nossa regeneração é pelo Sangue de Cristo e a segunda é pela Palavra de Deus, que é eterna. Assim como o Sangue de Cristo, a Sua Palavra é viva e permanente.

O reino vindouro de Deus é chegado a nós através do Seu Filho, e podemos experimentar hoje dos poderes deste reino, poderes transformadores de uma vida antes oprimida pelo pecado, mas agora regenerada e que demonstra um viver modificado. Enquanto o anjo da morte passava no Egito, durante a noite, o povo de Deus não estava dormindo, mas se alimentando do cordeiro. Devemos nos alimentar de Cristo, que é o Verbo de Deus (Sua Palavra), assimilando Sua vida.
O cordeiro devia ser comido até o fim, nada poderia sobrar dele. Se estamos nos apropriando do Cordeiro Pascal de forma completa, então estamos passando da morte para a vida, sendo transformados pela Sua Palavra e adquirindo o seu caráter de mansidão e quebrantamento. Lá fora o juízo de Deus estava vindo, mas o seu povo estava vivendo a vida de Cristo, tornando-se como Ele.

A Páscoa é um momento para refletirmos: se não temos experimentado transformação é porque talvez nossas vidas têm sido como solo endurecido, que não foi arado, onde a chuva não penetra para molhar a semente. Precisamos pedir a Deus que venha arar nossas vidas, para que a semente, que é a Sua Palavra, brote e produza fruto em nós enquanto vivermos. Somente assim experimentaremos do Seu poder transformador.

Pr. Lúcio Mauro Silva Lima – Pastor das igrejas da MCE em Manaus e Presbítero da MCE Nacional

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